LIVRO: DOENÇAS PULMONARES – Por Dr. Luiz Freitag (*)
Prezado leitora e leitor.
Atendendo solicitações, o Portal do Sócio e da Sociedade passará a apresentar notícias de livros que trazem Informação, Conhecimento ou Entretenimento, que são os fundamentos da sua origem.
Nesta oportunidade, noticiamos a obra “como transformar a TERCEIRA IDADE na melhor idade”, do Dr. Luiz Freitag, Médico Geriatra, especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e Co-fundador da Seção São Paulo da mesma sociedade.
Seus “capítulos são uma coletânea dos mais importantes artigos escritos pelo autor e, muito deles, publicados com o objetivo de esclarecer e oferecer ao público leitor um conjunto de informações e conceitos preciosos sobre as melhores maneiras de transformar a TERCEIRA IDADE NA MELHOR IDADE” (Nota do Editor).
Com a devida autorização do Dr. Luiz Freitag, o Portal do Sócio e da Sociedade reproduz um atual e interessante trecho do livro, em benefício dos seus leitores.
GRIPE E RESFRIADOS
Assim como ocorre com as doenças pulmonares, a aproximação dos dias frios de outono-inverno traz uma incidência maior de gripe e resfriados. Muitas pessoas questionam a possibilidade de ficar com gripe ou resfriado, mesmo tendo tomado a vacina contra a gripe. Há uma certa desinformação sobre o que é gripe e o que é resfriado, ou se não seriam a mesma doença.
No Estado de São Paulo, a campanha de vacinação para pessoas com sessenta anos ou mais começou no outono de 1998. Em 1999, essa campanha estendeu-se para todo o país, por ser o Ano Internacional do Idoso. Nos anos subsequentes, a vacinação não foi bem recebida pela população, e a adesão foi de apenas 70%. Os motivos alegados referiam-se a doenças que poderiam ser desencadeadas em pessoas vacinadas, como infarto, impotência ou até mesmo gripe ou resfriado.
É importante esclarecer que gripe e resfriado não são a mesma doença. Gripe é ocasionada somente pelo vírus chamado influenza e transmitida de um indivíduo a outro, pelas vias respiratórias, por simples gotículas do ar. Provoca febre alta (39° ou mais), indisposição geral, calafrios, dores de cabeça, dor na garganta, nos músculos, dificuldade em respirar e tosse seca. Se não for tratada a tempo, poderá evoluir para pneumonia, pricipalmente nas pessoas acima de sessenta anos. Esses pacientes geralmente são portadores de outras doenças, como diabetes, hipertensão ou têm o hábito de fumar, e por isso apresentam diminuição das defesas do organismo.
Em 1918, houve uma pandemia de gripe, a "gripe espanhola", cuja origem não foi devidamente comprovada. Há uma hipótese de que possa ter ocorrido a transmissão de um vírus do porco para o homem. Nessa pandemia morreram cerca de quarenta milhões de pessoas! Em 2005, o mundo está sob outra ameaça de pandemia, denominada gripe aviária, transmitida por um vírus da galinha, ainda desconhecido no sistema imunológico do homem, cuja origem está em Hong Kong, na China. As pesquisas avançam em ritmo acelerado para identificar o vírus e evitar a contaminação mundial.
Quem foi vacinado contra gripe está protegido por um ano, pelo menos, mas não fica imunizado dos resfriados. Estes são provocados por muitos tipos de vírus, menos o da influenza. No resfriado aparecem coriza, leve dor de garganta e febre, com menor intensidade. Os resfriados apresentam manifestações diferentes em cada pessoa. Como explicar, então, que o paciente ficou com gripe alguns dias após ter sido vacinado? Provavalmente, já estava contaminado por algum vírus e não houve tempo suficiente para a ação da vacina, pois são necessários 15 dias para o organismo reagir com anticorpos. Nesses casos, os sintomas de gripe são mais fracos e semelhantes aos do resfriado e desaparecem em dois a três dias.
Há um reduzido número de pessoas que não podem receber a vacina - são as que apresentam alergia ao ovo, ao mercúrio cromo e ao mertiolate. Nesse caso, incluem-se também alguns portadores de doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré. As reações que surgem após a aplicação da vacina, como dor, inchaço local e dores de cabeça são passageiras. Se houver outras manifestações, o médico deve ser avisado imediatamente ou o paciente deve retornar ao posto de vacinação.
Outro mito que está sendo derrubado é o da vitamina C.
Até pouco tempo, acreditava-se que quem tomasse grandes doses de vitamina C diariamente estaria protegido de resfriados. Não é verdade. Vários estudos já comprovaram que vitamina C e antibióticos não têm ação nos resfriados ou na gripe. Antibióticos só devem ser tomados, com recomendação médica, diante de comprovação de pneumonia.
A vitamina C é encontrada em frutas frescas (não nos enlatados) e em quase todas as verduras e legumes. Ela age na redução dos radicais livres no organismo e retarda o envelhecimento celular.
A vacina contra a gripe não provoca resfriados, pelo contrário, o indivíduo vacinado tem reduzida a possibilidade de adquirir outras doenças, como a pneumonia.
(pgs. 136/137)
(*) LUIZ FREITAG - Dr. - Médico geriatra, - Membro titular da Academia de Medicina de São Paulo- O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.